Minelvino Francisco Silva nasceu a 28 de novembro de 1924, na Fazenda Olhos D'Água, no Povoado de Palmeiral, município de Mundo Novo na Bahia, mas veio para Itabuna ainda jovem onde residiu por muitos anos. Poeta popular, cordelista de grande talento criativo desde adolescente, começou a trabalhar de forma bastante artesanal e chegou a montar sua própria gráfica em sua casa, onde imprimia seus livretos que eram vendidos em feiras populares e praças públicas. Minelvino também criava suas próprias ilustrações para os livretos com belas xilogravuras de sua autoria. Criou, imprimiu e publicou cerca de 1000 livros ao longo da sua vida, com títulos como "João acaba mundo e a serpente encantada", "O gigante quebra osso", "Maninha e a machadinha", "O Filho de João acaba mundo", "ABC dos Tubarões", "Debate de Lampião com São Miguel", "O Cangaceiro do Nordeste", "História do Touro que engoliu o Fazendeiro", "A Mulher de Sete Metros que apareceu é Itabuna", entre tantos outros.
Seu talento no campo da poesia popular lhe rendeu reconhecimento estadual e até nacional, tendo exposto trabalhos no Museu do Folclore do Rio de Janeiro. Seu nome consta na "Antologia Baiana de Literatura de Cordel" promovida pela Secretaria de Cultura e Turismo do governo do Estado da Bahia. Faleceu em 1999, deixando uma lacuna na poesia popular do Estado da Bahia e, particularmente, de Itabuna, cidade em que o "Trovador Apóstolo" - como gostava de ser chamado, por ser muito religioso e devoto de Bom Jesus da Lapa - escolheu para viver a maior parte da sua trajetória.
"Vou contar uma história
Da região grapiúna
Pra moça velha e rapaz
Que mora nesta comuna,
Da Mulher de Sete Metros
Que apareceu em Itabuna.
Diz o povo por aí
Que a meia-noite não saia
Que está aparecendo
De Itabuna até a praia
Uma mulher com sete metros
Vestida de mini saia.
Dizem que é uma mulher
De cor assim: amarela...
Só com dois dentes na boca,
Pois ela é quase banguela,
Não tem quem não se assombre
Ouvindo a risada dela."
(Fragmento do livro "A Mulher de Sete Metros que apareceu em Itabuna", 1968)
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