quarta-feira, 15 de abril de 2020
Firmino Rocha
O poeta Firmino Rocha nasceu em Itabuna a 07 de junho de 1910. Foi um artista que exerceu grande influência em muitos poetas de gerações posteriores. Lírico, místico e com um estilo encantadoramente repleto de simplicidade e musicalidade, sua obra não reflete complexidade acadêmica; seus versos, próximos a prosa, constituem linguagem acessível, rimas simples, trazidas de um universo emotivo que se manifesta com espontaneidade e expressivo lirismo. Em vida, escreveu "O Canto do Dia Novo" e "Momentos". Além disso, publicou poemas com freqüência regular na Imprensa local.
Seu poema mais conhecido pelos itabunenses, "Deram um Fuzil ao Menino", é um terno apelo contra a violência da guerra (alude-se à II Guerra Mundial) e encontra-se hoje gravado em placa de bronze na sede da ONU (Organização das Nações Unidas). Este mesmo poema foi publicado numa coletânea sobre a paz editada pela ONU e distribuída em todo mundo. Firmino Rocha era boêmio e sonhador. Fazia da sua poesia de versos simples a expressão terna e telúrica de sua gente e da sua terra natal. Faleceu em Ilhéus a 1º de julho de 1971.
DERAM UM FUZIL AO MENINO
Adeus luares de Maio.
Adeus tranças de Maria.
Nunca mais a inocência,
nunca mais a alegria,
nunca mais a grande música
no coração do menino.
Agora é o tambor da morte
rufando nos campos negros.
Agora são os pés violentos
ferindo a terra bendita.
A cantiga, onde ficou a cantiga?
No caderno de números,
o verso ficou sozinho.
Adeus ribeirinhos dourados.
Adeus estrelas tangíveis.
Adeus tudo que é de Deus.
Deram um fizil ao menino.
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