quinta-feira, 30 de abril de 2020

História da mulher ciumenta que matou o marido e comeu assado

Minelvino Francisco Silva
"O trovador apóstolo"

Deus fez a mulher no mundo
Com bastante perfeição,
Com sua sabedoria
Da costela de Adão,
Para ela amar o homem
De todo seu coração

Porém tem muitas mulheres
Que seguem errada esta linha
Porque o homem não pode
Comprar peru nem galinha
Ela deseja comer
Ele assado com farinha

Aqui eu conto uma história
Que contou um cavalheiro,
Dizendo que foi verdade
Esse amigo e companheiro,
disse que levou de vista
Lá no Rio de Janeiro


Contou este companheiro
Que estava na pensão,
Duma senhora no Rio
A tempos que longe vão,
Faltou carne na cidade
Foi a maior confusão.

A carne não se achava
Mesmo por preço nenhum,
Tinha que comer batata
Com abóbora jerimum,
Com caranguejo ou siri
Acari ou gaiamum.

E assim continuou
A carne sempre faltando,
O povo por todo canto
Carne fresca procurando,
E os jornais da cidade
Esta falta anunciando.

Quando foi um certo dia
Que chegaram na pensão
Cada um hóspede dali
Alegrou seu coração,
Porque tinha tanta carne
Que fez admiração

A mesa estava repleta
De carne fresca à vontade,
Cada hóspede se sentou
Na maior anciedade,
Pois a carne naquela época
Era a maior novidade.

Deram começo a comer
Mas achando diferente,
A carne mole de mais
Muitos vieram na mente
Que em vès de carne de gado
Ia ser carne de gente.

Ninguém falou coisa alguma
Só fizeram o mau juízo,
Pois falar sem dar a prova
Era o maior prejuízo,
Mas um estudante médico
Teve esse mesmo avizo.

Cujo estudante pra médico
Estava pra se formar,
Dessa carne duvidosa
Começou desconfiar,
Pegou um pedaço, e no quarto
Foi depressa examinar.

Pegando seu aparelho
Que era muito bacana
Assim fez o exame
Atestou ser carne humana
Disse ele: nesta casa
Tem uma fera tirana.

Para a polícia local
Ligeiro telefonou.
Naquele mesmo momento
Toda patrulha chegou,
Dizendo: não sai ninguém
Todas as portas fechou.

Naquele instante agarraram
Logo a dona da pensão
Levaram pra o delegado
Fazer interrogação,
Quem foi que ela matou
Sem a menor compaixão.

E assim o delegado
Foi ela interrogando
Ela com a cara mais limpa
Foi toda a história contando
Como matou o marido
E tudo foi explicando.

Disse ela: ele me disse
Que ia me abandonar.
Arranjar outra mulher
E com ela se casar,
Por isso que matei
Pra meus hóspedes almoçar.

Como a senhora o matou?
Perguntou o Delegado,
Disse ela: o matei
Em uma corda enforcado
A fim de não fazer sangue
Tive bastante cuidado.

Onde a senhora guardou
O resto da carne humana?
Disse ela: na dispensa
Que tenho muito bacana.
Para meus hóspedes comer
Todo o resto da semana.

Comeste também a carne?
Perguntou o delegado,
Disse ela: eu comi
Um pedaço mal-assado
E achei muito melhor
Do que carne de veado.

Vamos na sua dispensa
Pra ver se isto é verdade
Chegando lá foram vendo
A grande barbaridade,
O homem feito em pedaços
Sem a menor piedade.

Cadê a cabeça e os pés
Aonde jogaste então?
Disse ela: numa mala
de couro como surrão
E joguei dentro do mar
Pra não fazer confusão.

Entre aqui logo no carro
O delegado mandou,
Vá me mostrar onde foi
Que essa mala jogou,
Foram chegando na praia
Ele a tal mala avistou.

Mas como Jesus proíbe
Uma lei para matar,
Voce vai para a cadeia
Pelo seu erro pagar,
Cem anos e mais um dia
Pra poder se libertar.

E assim a mulher monstro
Foi pra penitenciária
Pagar pelo seu pecado
Pra não ser tão ordinária
Pra ver se arrepende,
Deixe de ser sanguinária.

Em Camacan certo dia
Conforme alguém me contou
Que um homem ciumento
A sua esposa matou,
Pra policia não saber
Dentro do quarto enterrou.

Em Conquista, do mesmo jeito
Outro homem ciumento,
Matou a pobre mulher
Para cumprir seu intento
E enterrou dentro do quarto
Que triste drama sangrento!

Um certo tempo em Itabela
Assim me disse um chofer,
Outro homem ciumento
Por arte de lucifer,
Atirou no velho sogro
Depois que matou a mulher.

No município de Una
Uma mulher ciumou,
Do seu esposo e por isso
O pobre homem matou,
e cortou dele os testículos
Dentro da mala guardou.

Chegou na casa do pai
Dizendo que era "peia"
Monstro o que tinha na mala
E contou a história feia,
O velho chamou a policia
E levou-a para cadeia.

Agora ouça os conselhos
Deste humilde trovador,
O marido e a mulher
Deus os fez para o amor
e não pra cair no laço
Do infeliz tentador.

Portanto deixe o ciúme
Que é pura tentação,
Faz dum casal tão feliz
A triste separação,
Ou viver no inferno em vida
Na maior desunião.

Uma muher ciumenta
É a casa da maldade,
É inimiga da ordem
Da lei da prosperidade,
Da fé e da salvação
É uma infelicidade.

Uma mulher ciumenta
É a semente da briga,
Da malquerencia, do ódio,
Da confusão, da intriga
É uma chama do mal
E do marido inimiga.

Uma mulher ciumenta
É um veneno fatal
É uma destruição
Na vida material
Capaz de fechar as portas
Da vida espiritual.

Uma mulher ciumenta
É sombra de lucifer,
É um carro sem freio
Na descida sem chofer,
E um homem ciumento
É pior do que a mulher.

Pois o homem ciumento
Traz o perigo com ele,
É obrigado os amigos
Até se afastar dele,
Porque está vendo a desordem
Ou com este ou com aquele.

Se a mulher for safada
O homem deve a deixar
Deixe está, o mundo ensina
Sem precisar de matar,
Mas se a mulher for séria
Besteira ciumar.

Da mesma forma a mulher
Se o esposo é de verdade,
Deixe o infeliz ciúme
Que isso é barbaridade,
Fará, pra os dois no futuro
A maior infelicidade.

FIM

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