Waldeny Andrade da Silva nasceu em 1º de novembro de 1935, sob o céu sereno de Boa Nova, na Bahia, trazendo consigo uma vocação que ecoaria por décadas. Jornalista, radialista e escritor, ele moldou sua vida entre o som das ondas de rádio e as palavras impressas, dedicando-se por 29 anos à direção da Rádio Jornal de Itabuna e do jornal Diário de Itabuna. Sua voz firme e seu olhar crítico o consagraram como um dos mais respeitados profissionais da imprensa e comentaristas políticos do interior baiano, uma figura cuja influência transcendeu as ondas hertzianas para alcançar corações e mentes.
A trajetória de Waldeny, porém, não se limitou aos microfones e às redações. Em 1969, ele aventurou-se na política, tornando-se primeiro suplente na Câmara de Vereadores de Ilhéus e, posteriormente, assumindo o cargo. Sua passagem pela vida pública foi interrompida por uma cassação, acusações de subversão e comunismo pairando sobre ele como sombras de um tempo conturbado. Contudo, essas adversidades apenas reforçaram sua determinação, permitindo que se firmasse como um jornalista e radialista de rara integridade, sempre pautado por uma ética que o destacou no cenário regional.
Ao encerrar sua carreira nas ondas do rádio, Waldeny abriu as portas para um novo capítulo: a literatura. Em 2012, lançou Vidas Cruzadas, o primeiro de uma série de romances que revelou sua alma de contador de histórias. Seguiram-se A Ilha de Aramys (2013), Serra do Padeiro (2015), e os lançamentos de 2017, A Saga dos Tupinambás e Noite no Vale do Cotia, obras que entrelaçam a rica tapeçaria cultural e histórica da Bahia. Cada página escrita foi um testemunho de sua paixão por narrar o humano em suas múltiplas facetas, deixando um legado que vai além da notícia.
Waldeny Andrade partiu em 3 de junho de 2020, aos 85 anos, no Hospital Regional Costa do Cacau, vitimado por complicações cardíacas e pulmonares. Sua partida deixou um vazio no Sul da Bahia, onde sua vida dedicada à comunicação — revelando talentos e fortalecendo a imprensa — e sua contribuição social ecoam como um hino. Vereador, radialista, jornalista e escritor, ele foi um farol de ética e competência, cuja memória permanece viva nas ondas do rádio, nas linhas dos jornais e nas páginas de seus livros.
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